Ainda são raros – se não inexistentes – os smartphones com
baterias que aguentam um dia inteiro de uso intenso. Por isso, não é tão
incomum ver alguém “preso” à tomada, usando o celular enquanto o dispositivo
recupera a carga.
Para fugir dessa “prisão”, alguns usuários já recorrem aos
carregadores portáteis. Outros, por sua vez, preferem pensar em métodos
diferentes para solucionar esse problema, como foi o caso dos primos Rodrigo
Sampaio e Carlos Eduardo Dias.
Os dois cariocas são responsáveis por criar o que batizaram
de Projeto Ônix, um carregador de celulares movido a joelho.
Ou melhor, abastecido pela energia cinética gerada pelo
movimento de “ida e volta” que a articulação faz quando se dobra, durante uma
caminhada ou uma corrida, como explicou Sampaio em conversa com INFO.
“A ideia surgiu justamente desse pensamento de não ficar
preso à tomada”, disse o jovem de 20 anos, técnico em mecatrônica e futuro
estudante de engenharia. Seu primo Dias, por sua vez, é quatro anos mais novo e
estuda em um curso técnico de eletrônica.
Hoje em seu quarto protótipo, o projeto consiste de uma
espécie de armadura, de um gerador e de um power bank, um nome um pouco mais
moderno para as baterias externas.
E o funcionamento é simples: o suporte ajustável mantém a
usina portátil presa ao joelho, de forma que ela consegue aproveitar o
movimento da articulação para gerar energia cinética e abastecer a bateria.
Em resumo, o gadget transforma a parte do corpo em fonte e
tomada.
A articulação do meio da perna não é a única que pode ser
usada para gerar energia.
Ela é a mais eficiente nisso por se dobrar com mais
frequência, mas Sampaio ressalta que, se o usuário quiser, pode acoplar o Ônix
no cotovelo, por exemplo.
Assim, é possível recarregar o celular durante um exercício
de levantamento de peso ou algo semelhante.
A bateria que faz parte do projeto é capaz de armazenar até
9 000 mAh, o que, em teoria e desconsiderando a tradicional perda de energia, é
suficiente para recarregar a maioria dos smartphones atuais três vezes.
Essa carga toda é alcançada com duas horas e meia a três
horas de caminhada, mas quinze minutos de um passeio já são suficientes para ao
menos trazer o aparelho de volta à vida. Bem útil em emergências.
Sampaio explicou que o Ônix ainda precisa de alguns ajustes,
e a ideia é buscar investidores para levar o projeto adiante e colocá-lo no
mercado. Se a dupla receber algum dinheiro já neste ano, o plano é lançar o
dispositivo em 2016.
INFO/Exame
Tags
Tecnologia