“Não existe nenhuma acusação, imputação, que pudesse levar o
presidente Lula a um tipo de medida restritiva desta natureza”, disse o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista à Bloomberg.
“Não se pode imputar ao presidente Lula qualquer situação
indevida pelo simples fato dele defender a atuação das empresas brasileiras no
estrangeiro”, disse o ministro.
O ex-presidente é investigado por suposto tráfico de
influência, segundo o Ministério Público Federal. Inquérito apura participação
de Lula em contratos da Odebrecht fechados junto aos governos da Venezuela e do
Panamá.
Cardozo disse não acreditar numa recomendação de rejeição,
por parte do TCU, das contas do governo federal em 2014. Assim como não vê no
horizonte a abertura de um processo de impeachment contra Dilma.
Para impeachment, dentro do sistema presidencialista, é
preciso ter pressupostos jurídicos e uma avaliação política, disse o ministro.
Processo não pode ser iniciado por “uma conveniência política”.
Cardozo disse que planeja ficar à frente do ministério
enquanto “ainda servir ao projeto da presidente Dilma”
“Ela sabe muito bem se posicionar em momentos de crise”,
disse. “E tem demonstrado uma liderança muito sólida com sua equipe de governo
nestes momentos”.
Sobre as recentes ações da Polícia Federal no âmbito da
operação Lava Jato, Cardozo disse concordar que petistas que erraram “paguem o
preço”.
Com a piora dos cenários econômico e político, Dilma se
tornou a presidente mais impopular desde a redemocratização. Vários
parlamentares e a maioria da população são favoráveis ao impeachment, segundo
pesquisa Datafolha publicada em 6 de agosto.
Às vésperas de um protesto anti-Dilma, agendado para este
domingo, o governo tenta reagir intensificando aparições públicas e se
aproximando do Senado Federal, casa responsável por julgar o impedimento
presidencial, se um processo de fato for aberto.
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Política