O excelente resultado de "X-Men: Dias de um Futuro
Esquecido" (X-Men: Days of Future Past - 2014) gerou imensa expectativa
entre os fãs dos mutantes da Marvel para sua sequência, "X-Men:
Apocalipse" (X-Men: Apocalypse - 2016), que estreia nesta quinta-feira,
dia 19, com todos os elementos capazes de agradar à plateia.
A trama começa com um flashback no Egito Antigo, mostrando
os mutantes em pleno Vale do Nilo e toda a sua devoção por En Sabah Nur /
Apocalipse (Oscar Isaac), um líder que é adorado como a um Deus. Já em 1983, o
longa aborda o cotidiano aparentemente tranquilo dos mutantes, 10 anos depois
dos acontecimentos de "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido", inclusive
Erik / Magneto (Michael Fassbender) completamente diferente, com esposa e filha
na Polônia, onde usa seus poderes para salvar um colega de trabalho e tem de
lidar com as consequências. Ao mesmo tempo, Apocalipse ressurge para instaurar
o caos ao pregar que "a humanidade perdeu a direção e precisa ser
purificada".
O diretor Bryan Singer conduz de forma bastante competente
mais um longa da franquia, deixando nítido ao espectador o quão à vontade ele
está neste universo criado por Stan Lee e Jack Kirby no início dos anos de
1960. E a experiência de Singer é peça fundamental desta produção, pois
consegue lidar com pontos problemáticos do roteiro de Simon Kinberg, evitando
que comprometam o resultado final do longa.
Mesmo com sua trama central bem definida, a da luta para
salvar a humanidade, o roteiro de Kinberg foca somente no ressurgimento de En
Sabah Nur, e suas consequências, em detrimento de uma apresentação mais
aprofundada do mutante mais poderoso da Terra e dos outros personagens,
principalmente dos vilões que compõem o seu grupo de seguidores ao lado de
Magneto: Ororo Munroe / Tempestade (Alexandra Shipp), Alex Summers / Anjo
(Lucas Till) e Psylocke (Olivia Munn).
Contudo, o roteiro é habilidoso ao mostrar toda a
complexidade de Magneto, desenvolvendo sua história de forma muito interessante
e até humana, ao coloca-lo sob pressão e em momentos de fraqueza, tornando-o o
fio condutor da trama. E é Magneto quem rouba todas as cenas em que aparece, especialmente
por ser interpretado por um ator talentoso e versátil, capaz de surpreender em
quaisquer personagens, seja da Marvel ou do universo Shakespeariano, não
importa.
Mas, num elenco em que todos os atores estão integrados
entre si e muito confortáveis em seus respectivos personagens, Fassbender não é
o único destaque. Afinal, não há como ignorar a presença de Evan Peters como
Peter Maximoff / Mercúrio. O ator está ótimo no papel e é o grande alívio
cômico em meio à ação desenfreada comandada por Magneto e Apocalipse,
protagonizando a melhor sequência do longa ao som de "Sweet Dreams",
do Eurythmics.
Este longa conta com efeitos visuais e sonoros de qualidade,
bem como o belo design de produção, figurino, fotografia e a montagem eficiente
de Michael Louis Hill e John Ottman, desapontando somente na maquiagem de
Apocalipse, muito artificial e incondizente com a perfeição dos outros
personagens, aos quais a maquiagem transmite a ideia de naturalidade, como por
exemplo, as de Raven / Mística (Jennifer Lawrence) e Hank McCoy / Fera
(Nicholas Hoult). Neste ponto, é necessário ressaltar o bom uso da tecnologia
3D, que, neste filme, é um diferencial em várias sequências.
"X-Men: Apocalipse" não supera o padrão de
qualidade de seu antecessor, mas funciona bem por equilibrar drama, ação e
humor nas doses exatas, tornando-se uma produção bastante divertida. E, assim
como em outros filmes da Marvel, há uma cena pós-crédito que abre caminho para
outra produção do estúdio.
Assista ao trailer:
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Cinema