A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen
Lúcia, autorizou os juízes auxiliares do
ministro Teori Zavascki a retomaram a partir de hoje (24) os procedimentos
formais para que as delações de executivos da empreiteira Odebrecht sejam
homologadas, no âmbito da Operação Lava Jato.
O ministro Teori Zavascki, que morreu em um acidente de
avião na última quinta-feira (19) e era o relator da Lava Jato no STF,
trabalhava durante o recesso nas 77 delações da Odebrecht que se encontram em
seu gabinete e estavam prestes a ser homologadas, isto é, a serem validadas
como prova.
Teori já havia autorizado que seus juízes auxiliares
começassem, esta semana, a ouvir os delatores para saber se eles prestaram de
livre e espontânea vontade as informações que constam nos mais de 800
depoimentos colhidos pelo Ministério Público Federal (MPF). Esta é uma etapa
formal do processo.
A ministra Cármen Lúcia passou boa parta de tarde de ontem
(24) no gabinete de Teori Zavascki, onde conversou com os juízes auxiliares do
ministro. Devido ao sigilo dos processos, não é possível saber se a autorização
para que os depoimentos sejam retomados diz respeito a uma delação específica
ou a todas.
Ontem (19), ela recebeu em seu gabinete o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, a quem cabe solicitar urgência na apreciação das
delações da Lava Jato. Durante o recesso do Judiciário, Cármen Lúcia pode
autorizar atos emergenciais em processos que tramitam no STF.
Há uma grande expectativa da sociedade e, principalmente, da
classe política em relação às delações de executivos da Odebrecht, pois segundo
informações vazadas anteriormente, dezenas de políticos em exercício são
citados como envolvidos no megaesquema de corrupção da Petrobras.
Agência Brasil
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