“Alerj se tornou uma verdadeira propinolândia”, diz Procuradores da República


A Operação Lava Jato iniciou a Operação Furna da Onça no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (08/11) com a prisão de 22 políticos do estado. Entre eles estão dez deputados estaduais. Após a prisão de 20 dos procurados, agentes da Polícia Federal (PF) e procuradores do Ministério Público Federal (MPF) deram uma coletiva de imprensa para detalhar o escândalo.
"Sérgio Cabral estabeleceu uma relação promíscua com deputados da Alerj em um “toma lá dá cá” para poder viabilizar interesses políticos. A Alerj se tornou uma verdadeira “propinolândia”,  acusou Carlos Aguiar, procurador Regional da República.

A PF investiga um esquema de pagamentos de propina apelidado de “mensalinho”. Segundo os investigadores, ele era comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que pagava deputados da Alerj em troca de aprovações de leis.

Ainda de acordo com os procuradores, o “mensalinho” de cada um dos deputados variava entre R$ 20 mil e R$ 900 mil. Chiquinho da Mangueira (PSC) recebeu mais de R$ 3 milhões e parte desse valor (cerca de R$ 1 milhão) foi usada para custear o desfile de carnaval de sua escola de samba no Rio de Janeiro.

– Isso gerou absoluta falência dos serviços públicos e descontrole dos poderes do estado – declarou Renata Ribeiro Baptista, procuradora da República.

Ela também apontou que as propinas sistemáticas não eram a única irregularidade do esquema.

"Havia uma outra forma de pagamento ilícito que era nomeação a cargos públicos. Essas indicações fogem da lógica tradicional. Empresas ganhavam contratos terceirizados, mas que não terceirizavam mão-de-obra. Recebiam uma planilha com pessoas que eram obrigadas a nomear. Isso está além do que é natural e lícito em uma política de indicação de cargos", detalhou Baptista.

Entre os alvos estão Affonso Monnerat, secretário estadual de governo; André Correa (DEM), deputado estadual e ex-secretário estadual de Meio Ambiente; Chiquinho da Mangueira (PSC), deputado estadual reeleito; Coronel Jairo (MDB), deputado estadual não reeleito; Leonardo Jacob, presidente do Detran; Luiz Martins (PDT), deputado estadual reeleito; Marcelo Simão (PP), deputado estadual não reeleito; Marcos Abrahão (Avante), deputado estadual reeleito; Marcus Vinícius Neskau (PTB), deputado estadual reeleito e Vinícius Farah (MDB), ex-presidente do Detran, eleito deputado federal.

Redação com Agências




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