"STF pode acabar com a Lava Jato hoje", denuncia Deltan Dallagnol

O procurador federal Deltan Dallagnol, líder da força tarefa da Lava Jato, operação que revelou o maior escândalo de corrupção da história do país, está denunciando uma tentativa de arruinar todo o esforço da operação.

Em suas redes sociais, ele vem publicando textos e vídeos, onde faz um alerta à população sobre o que está em jogo. “De 39 nomes de corruptos condenados que a Lava Jato conseguiu analisar ao longo do fim de semana, 21 serão completamente perdoados pelo indulto de Temer, caso o STF não o derrube. Isto é, mais de 50% dos condenados por corrupção analisados sairão pela porta da frente da cadeia. Isso seria a ruína da Lava Jato, o fim da linha”, argumenta Dallagnol.

Ele também pediu que os brasileiros estejam atentos ao que ocorre no Supremo Tribunal de Justiça.

“Não só pela injustiça e por fazer a corrupção compensar, mas porque inviabilizará o futuro dos acordos de colaboração premiada, que alavancaram a expansão exponencial das investigações. Se o Presidente dá um desconto de 80% da pena aos corruptos sem qualquer colaboração por parte deles, quanto de desconto precisaremos dar para existir incentivo à colaboração com a Justiça? A realidade é que não haverá novas operações como a Lava Jato no Brasil”, explica.

Para o procurador, trata-se de uma jogada pensada pelo presidente Michel Temer (MDB) desde o final do ano passado. “Trata-se de evidente abuso do poder de indultar por parte de um presidente investigado e acusado formalmente por corrupção e, portanto, potencialmente interessado no abrandamento das penas”.

Na manhã desta quarta-feira (28), ele publicou um vídeo destacando os prejuízos do “indulto de Natal”, cuja constitucionalidade será julgada hoje pelo Supremo Tribunal Federal.

“O decreto tem efeito devastador sobre o passado, presente e futuro. Passado porque as pessoas não vão sofrer as consequências dos crimes que praticaram. Quanto ao presente, o STF vai mandar forte mensagem de que crime de corrupção ainda compensa no Brasil. No futuro, o decreto acaba com investigações como a Lava Jato, porque elimina as delações premiadas”, lamentou.

Redação com Agências





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