Crédito: Carlos Magno. |
Neste “Janeiro Branco”, mês de conscientização sobre os
cuidados com a saúde mental e emocional, a Secretaria de Estado da Mulher
(SEM-RJ) alerta para a importância de uma atenção especial à população
feminina. Estudos indicam que, seja pelas oscilações hormonais ou por fatores
socioculturais, elas são mais suscetíveis a questões de saúde mental e estão
mais vulneráveis a transtornos como depressão e ansiedade, por exemplo. Nos
casos de sensação de tristeza profunda, tensão pré-menstrual (TPM) com sintomas
muito fortes ou até mesmo de um desânimo generalizado que atrapalha a rotina, a
mulher deve ligar o sinal vermelho e procurar ajuda profissional.
A psicóloga Maria Fernanda Calixto, da equipe da Secretaria
de Estado da Mulher, explica que praticar o autocuidado também ajuda a manter o
equilíbrio da saúde mental.
- Nós, mulheres, somos ensinadas a cuidar do outro, mas
precisamos aprender a nos cuidar também. Precisamos olhar para nós mesmas e
observar os sinais que nosso corpo nos dá. A mulher precisa considerar ter
momentos de lazer, higiene do sono e priorizar uma alimentação balanceada –
indica Maria Fernanda.
Mas se a pessoa estiver se sentindo triste por muitos dias
seguidos, ao ponto de isso estar atrapalhando seu relacionamento com os
familiares e sua rotina, ela deve procurar ajuda profissional na rede pública
de saúde.
- Não tenha receio de procurar um profissional de saúde, já
que há um tabu relacionado à saúde mental. Vá a uma clínica da família ou ao
posto de saúde e marque uma consulta. Muitas vezes, a mulher está tão inserida
num contexto que não percebe que está adoecendo. Gosto de usar a metáfora das
máscaras de oxigênio no avião: primeiro coloque a sua, para depois poder ajudar
os outros – diz a psicóloga da SEM-RJ.
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- Nós viemos de uma
construção cultural em que a mulher é responsável por todo o cuidado da família
e, quando isso se reformula, com a dupla jornada de trabalho, ela passa a ter
que equilibrar as responsabilidades domésticas, além da maternidade, o que a leva
a um nível bem elevado de estresse, ocasionado a exaustão mental. E com isso
ela passa a ter menos tempo para ela e para as coisas que ela tem mais prazer
de fazer– analisa.
Em mulheres vítimas de violência, explica a psicóloga da Casa Abrigo Lar da Mulher, o apoio de um profissional de saúde é fundamental. Muitas delas chegam ao abrigo com sintomas de depressão, transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
- O acompanhamento de um profissional especializado vai
auxiliar esta mulher no processo de recuperação e apresentar ferramentas para
que ela possa usar na vida dela - diz Natália.
O que é o Janeiro Branco
Criada em 2014 pelo psicólogo e palestrante Leonardo
Abrahão, em Minas Gerais, a campanha Janeiro Branco virou lei em 25 de abril de
2023 (lei 14.556/2023). No mês de janeiro, são realizadas campanhas nacionais
de conscientização, visando alertar para os cuidados com a saúde mental e
emocional da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do
estresse, como ansiedade, depressão e pânico.