Em meio à aprovação pelos senadores, da nova reforma do
ensino médio (PL 5.230/2023), o marketplace educacional Melhor Escola realizou
uma pesquisa com pais de alunos sobre a proposta. Os dados
apontam que novo Ensino Médio requer ajustes.
A pesquisa se baseou em um questionário com 842 pais e
responsáveis de estudantes de escolas públicas e particulares. Para 58,79%
desses pais, o novo Ensino Médio não está preparando adequadamente os jovens
para o futuro profissional e pessoal.
A psicóloga Kenia Lorenzzato, 43 anos, de São José do Rio
Preto, município de São Paulo, tem três filhos, sendo que um deles
concluiu o ensino médio em 2023. Para ela, o modelo do ensino médio não tem
funcionado e, com as alterações, as desigualdades educacionais podem se
acentuar.
"Na prática, eu percebo que o novo ensino médio não tem
funcionado e a minha percepção quanto às novas mudanças previstas na reforma
aprovada ontem, não é otimista, não vejo de forma positiva. Primeiro,
porque eu acho que aumenta a desigualdade entre as escolas que conseguem
preparar um professor e oferecer os itinerários", afirma Kenia.
Carga horária
O estudo mostra que 77,08% dos responsáveis concordam
com o aumento da carga horária das matérias obrigatórias, como português e
matemática – aprovada pelo Senado. A proposta foi analisada pela Comissão de
Educação (CE) e prevê a ampliação da carga horária mínima total destinada à
formação geral básica (FGB) das atuais 1.800 para 2.400 horas.
O sócio fundador do Melhor Escola, Sérgio
Andrade, destaca alguns fatores que podem ser atribuídos à percepção
dos pais e responsáveis em relação ao Novo Ensino Médio, como a falta de
disciplinas direcionadas ao mercado profissional.
"Eu acho que a percepção dos pais sobre o novo ensino
médio tem como pano de fundo o alto apreço da população em relação à educação e
a dificuldade do governo em suprir as necessidades da sociedade. E ela pode ser
atribuída a alguns fatores como, por exemplo, a falta de integração entre
teoria e prática e a ausência de algumas disciplinas mais voltadas para o
mercado de trabalho", pontua Sérgio.
Os dados apontam, ainda, que 51,19% dos pais dos alunos
avaliam de forma benéfica a redução da carga horária das disciplinas optativas.
Pelo novo modelo, os itinerários formativos terão carga horária mínima de 800
horas nos três anos de ensino médio, que atualmente são 1.200. *Fonte: Brasil
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