O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por
meio do Grupo Temático Temporário para atuação em Saneamento Básico, Desastres
Socioambientais e Mudanças do Clima (GTT-Ambiental/MPRJ), produziu um documento
para orientar os 92 municípios do estado no que diz respeito à composição de
suas estruturas de Defesa Civil e respectivas capacidades de resposta, em caso
de eventos climáticos extremos. Segundo a Informação Técnica, os municípios do
Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis, São Gonçalo e Teresópolis devem
realizar os maiores investimentos em suas estruturas, pois possuem risco muito
alto de sofrerem consequências graves em caso de deslizamentos de encostas,
enxurradas e inundações ocasionadas pelas chuvas.
"A prevenção e resposta aos desastres naturais em nosso
estado é assunto de extrema prioridade para o MPRJ. Investimos sempre para
obter resultados nessa área, o que já estamos alcançando em pouco tempo de
atuação do grupo, criado para dar maior agilidade no trabalho", disse o
procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos.
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Para a realização do estudo, foram utilizados os parâmetros
Quantidade Populacional, fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), e Indicador de Capacidade Municipal (ICM), fornecido pelo
Ministério do Desenvolvimento Regional, e Risco Geológico (RG), fornecido pelo
Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ). Os dados foram reunidos para
classificar os municípios no que diz respeito às necessidades mínimas de uma
estrutura de Defesa Civil preparada para o enfrentamento de desastres
ocasionados por eventos climáticos extremos.
Com base nos dados coletados, os municípios de Barra Mansa,
Duque de Caxias, Itaperuna, Piraí, Niterói e Nova Friburgo foram classificados
como de risco alto para serem afetados em casos de eventos climáticos extremos,
enquanto Mangaratiba, São João de Meriti e Trajano de Moraes foram
classificados como de risco baixo. Outras 78 cidades foram classificadas como
de risco muito baixo.
A partir da análise, o GTT-Ambiental/MPRJ encaminhará os
resultados do estudo aos promotores de Justiça atuantes em cada município, com
as respectivas sugestões de estruturação das Defesas Civis municipais,
considerando que, no caso dos municípios classificados como de risco muito
alto, o estudo sugere um incremento maior em sua estrutura mínima de pessoal.
“É necessária, ainda, a alocação de recursos para que se desenvolva o Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil e o estabelecimento de outras políticas públicas que fomentem a gestão de risco e o gerenciamento de desastres. O estudo visa embasar a tomada de decisão por parte dos gestores e a busca pela melhoria do sistema de defesa civil para o enfrentamento aos desastres, observando o novo cenário de intensificação das mudanças climáticas no estado do Rio de Janeiro, no país e no mundo”, destaca um dos trechos da Informação Técnica.
O GTT-Ambiental/MPRJ foi criado em março de 2024, pela resolução GPGJ nº 2.582, assinada pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos. O grupo tem o objetivo estratégico de propiciar, por intermédio de instrumentos e providências judiciais e extrajudiciais, as circunstâncias necessárias ao efetivo planejamento e à regular gestão dos recursos hídricos, do saneamento básico, da prevenção e resposta a situações de emergência ou estado de calamidade provocados por desastres socioambientais, visando à prevenção, mitigação e adaptação às mudanças do clima.
Por MPRJ