Rio Pomba está com a água verde, mau cheiro e peixes mortos. O que está acontecendo?

 

Foto: Reprodução.

Desde a semana passada, a população das cidades banhadas ou abastecidas pelo Rio Pomba está querendo entender o que aconteceu com o rio, que passou a ter a água com coloração mais esverdeada, mau cheiro e até peixes mortos. Mesmo as concessionárias afirmando que não há riscos à saúde, a população teme que a água que chega das torneiras possa fazer mal. As informações são do Folha Itaocarense.

Na semana passada, três municípios tiveram o abastecimento de água paralisado por conta da mudança da coloração do Rio Pomba, que também passou a apresentar mau cheiro. Enquanto as concessionárias tentavam apurar, cerca de 50 mil pessoas ficaram sem água por dois dias. A Águas do Rio, que atende Miracema e Aperibé, trouxe 21 caminhões-pipa para amenizar a situação, principalmente em hospitais e escolas.

Enquanto o abastecimento era retomado (as concessionárias afirmaram que análises mostraram que não havia riscos e que o padrão da água tratada estava dentro das normas brasileiras), peixes apareciam mortos em um trecho de Pádua na manhã de sábado (20/07). O episódio reforçou o receio da população em consumir a água que chega pelas torneiras.

E não é só no Rio Pomba, onde o problema está acontecendo. Em alguns trechos do Rio Paraíba do Sul, moradores também estão notando a água com cheiro forte e esverdeada. No verão, o rio costuma ter água barrenta, mas na estação seca, a água fica levemente turva onde não há poluição.

Além das informações divulgadas pela Águas do Rio (subsidiária da Aegea) e Águas de Pádua (subsidiária da Fortaleza Ambiental), a redação buscou informações com outros órgãos e especialistas ligados ao meio ambiente.

O biólogo e diretor técnico do Projeto Piabanha, Guilherme Souza, disse que o bom seria fazer um exame mais apurado, onde não exista conflitos de interesse.

"Mas o problema é um só: é excesso de esgoto na água. Isso potencializado pela diminuição da vazão no rio. E o efeito, nós já sabemos. É essa cor verde, de proliferação de algas", explica o biólogo.

Já a engenheira ambiental, mestre em ambiente e políticas públicas e doutoranda em ciências ambientais e conservação pela UFRJ, Juliana Souza, acredita que é possível que possa haver proliferação de algas e fez uma ponderação quanto ao laudo divulgado.

"Os padrões organolépticos, que estão associados à cor e odor, estão alterados. Os consumidores esperam receber em suas casas uma água límpida, uma água inodora. Então, é preciso considerar também a importância da percepção social da água. E aí as empresas, conforme divulgado, tem trabalhado nesse aspecto, no sentido de reduzir o cheiro, diminuir dessa coloração esverdeada através do emprego de técnicas, como o carvão ativado".

Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) disse "que agendou uma coleta extraordinária para verificar a qualidade da água dos rios Pomba e Paraíba, em complementação ao monitoramento que está sendo realizado pelas concessionárias locais. O órgão monitora a situação junto às concessionárias."

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