Saiba como está a situação em todo Noroeste Fluminense.
Há pelo menos três meses que mais de mil cidades estão sem
chuva. Segundo mapeamento feito por satélite pelo Centro Nacional de Desastres
Naturais (CEMADEN), órgão ligado ao governo federal. O total representa cerca
de 20% dos municípios do país.
A estiagem severa é reflexo da pior seca que o país já
enfrentou em sua história recente e que ainda não está perto de acabar. Os
dados levantados pelo Portal G1, juntamente com os órgãos do governo federal,
mostram que mais de cinco mil municípios brasileiros estão sem chuva
significativa há pelo menos 90 dias.
No entanto, há lugares em que o cenário é ainda pior: cerca
de 600 cidades estão passando a metade do ano sem chuva, o que significa mais
de 133 dias de estiagem.
O pior cenário está em Goiás, em que quase todos os
municípios estão sem chuva há mais de 100 dias. Seguido de Minas Gerais, que
concentra a maior parte dos municípios sem chuva em pelo menos metade deste
ano. Depois, Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo.
Dados disponibilizados pelo Portal do G1, mostra um mapa que
mostra a situação por cidade pelo país.
Na Região Noroeste Fluminense, esta é a situação:
Aperibé – 72 dias sem chuvas;
Cardoso Moreira - 74 dias sem chuvas;
Italva – 88 dias sem chuvas;
São Fidélis - 58 dias sem chuvas;
Cambuci – 65 dias sem chuvas;
São José de Ubá – 66 dias sem chuvas;
Itaperuna – 69 dias sem chuvas;
Laje do Muriaé – 62 dias sem chuvas;
Natividade – 70 dias sem chuvas;
Varre-Sai – 64 dias sem chuvas;
Porciúncula – 76 dias sem chuvas;
Miracema – 77 dias sem chuvas;
Santo Antônio de Pádua – 80 dias sem chuvas;
Itaocara – 46 dias sem chuvas.
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Por que isso está acontecendo?
A resposta para essa pergunta não é tão simples. O que os
especialistas explicam é que ela é multifatorial e leva em consideração alguns
pontos:
El Niño: o fenômeno, que aqueceu o Oceano Pacífico,
contribuiu para a elevação das temperaturas no país e mudou os padrões de
chuva. O El Niño ainda gerou uma seca intensa ao Norte do país, que bateu
recordes.
Bloqueios atmosféricos: A expectativa era que o El Niño
acabasse e a seca terminasse em abril deste ano, o que não aconteceu. Isso
porque bloqueios atmosféricos impediram que as frentes frias avançassem pelo
país, deixando a chuva abaixo da média em quase todo o mapa, com exceção do Rio
Grande do Sul.
Aquecimento do Atlântico Tropical Norte: Nos últimos meses,
o Oceano Atlântico Tropical Norte está mais quente do que o normal, o que tem
contribuído para as mudanças nos padrões de chuva pelo país, prolongando a seca
iniciada em 2023.
Com isso, o país está enfrentando a pior seca de sua
história recente. Hoje, mais de um terço do território nacional, o que equivale
a mais de 3 milhões de km², enfrenta a estiagem na sua pior versão, o que se
traduz em falta de chuva que deixa cidades isoladas no Norte, baixa dos
reservatórios com uma ameaça à oferta de energia e piora no cenário de
queimadas.
E o que esperar?
A expectativa dos meteorologistas até dois meses atrás era
de que o cenário poderia melhorar a partir de outubro, com a chegada da estação
chuvoso. No entanto, a previsão é menos otimista agora, já que as chuvas
esperadas devem atrasar até novembro.
Outro ponto que pode fazer com que o cenário de estiagem se
prolongue é a La Niña, que dá sinais de ser mais leve do que o esperado. Isso
significa que a chuva que poderia reforçar, pode não ser o bastante.
O cenário é ruim e piora com a chegada das estações de altas
temperaturas. Sem formações de nuvens e chuva e altas temperaturas, a
evaporação da água é ainda maior, afetando rios por todo o país. *Com
informações do G1.