O deputado estadual Thiago Rangel (PMB) divulgou uma nota oficial,
na tarde desta segunda-feira (14/10), em que nega envolvimento em qualquer tipo
de irregularidade que esteja sendo apurada pela Polícia Federal. O órgão
deflagrou uma operação pela manhã desta segunda contra o parlamentar, suspeito de fraude em
licitações, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
“Por oportuno, manifesto total confiança de que o Poder
Judiciário esclarecerá a verdade em relação aos fatos”, diz um trecho do comunicado. As investigações, que contam com a participação do Ministério
Público Estadual e da Receita Federal, revelaram um esquema criminoso de
contratações diretas, por meio de dispensa fraudulenta de empresas ligadas ao
parlamentar.
A operação, batizada de “Postos de Midas”, é uma analogia ao
Rei Midas da Frigia que, segundo a mitologia grega, adquiriu o poder de
transformar em ouro tudo que tocava. Segundo a investigação, a ação do grupo
teria resultado em práticas de sobrepreço e no desvio de recursos públicos.
Fora isso, o dinheiro obtido a partir do esquema era lavado por atividades de
uma rede de postos de combustíveis.
As autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em 14
endereços, incluindo a Alerj, a Câmara de Vereadores e a sede da prefeitura de
Campos dos Goytacazes, além de Cabo Frio, Itaguaí e Rio de Janeiro. Foram
apreendidos R$ 160 mil, um veículo de luxo blindado avaliado em R$ 350 mil,
celulares, computadores, mídias de armazenamento e documentos.
Vale ressaltar que o deputado é integrante da CPI da
Transparência na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), criada para investigar
atos e informações sigilosas do governo no Sistema Estadual de Informações
(SE).
Investigação
O inquérito policial teve início após a prisão em flagrante
de um dos membros da organização criminosa, em 2022. Ele foi autuado pela
prática de corrupção eleitoral . A partir de então, a polícia começou a
levantar informações a respeito do deputado.
O mesmo assessor é doador de campanha na eleição deste ano
de Thamires Rangel, filha do deputado Thiago Rangel, a vereadora mais jovem
eleita no país, com 18 anos de idade. Ela também foi a única mulher a
conquistar uma das 25 cadeiras da Câmara Municipal de Campos.
A Alerj também divulgou uma nota, dizendo que “acompanha o
caso com atenção e vai aguardar a decisão da Justiça sobre as investigações”.
De acordo ainda com a nota, “todas as providências cabíveis serão tomadas com
base no Regimento Interno da Casa”.