Ferrovia abandonada no RJ poderá viabilizar projeto da Estrada de Ferro 118 no Porto do Açu

 

Ferrovia abandonada no RJ poderá viabilizar projeto da Estrada de Ferro 118 no Porto do Açu

Com a indenização referente à devolução da antiga malha ferroviária, da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), no Estado do Rio condicionada à execução da EF-118, fazendo, enfim, o projeto sair do papel, será a reivindicação da Firjan na audiência pública da ANTT, e apresentada na reunião do Conselho da Firjan Norte Fluminense nesta quarta-feira (9). A Estrada de Ferro 118, um dos projetos de infraestrutura mais importantes para a região, o estado e o país, visa conectar o Porto do Açu – e o Norte Fluminense – à malha ferroviária nacional.

Após requerimento de diversas entidades, a ANTT incluiu o Rio de Janeiro no rol de cidades que estão recebendo audiências públicas sobre o processo de renovação antecipada da FCA – até então, estariam envolvidos apenas Brasília, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Este processo vai provocar a devolução de parte da antiga malha ferroviária ao Governo Federal, com indenização à União – e a proposta da Firjan é que este recurso esteja condicionado à execução do projeto da EF-118.

“A Firjan está elaborando um documento público para ser assinado junto às mais diversas entidades fluminenses. Esta proposta será então enviada à ANTT, para demonstrarmos a gravidade do tema para a sociedade civil organizada do Rio. Estamos vendo uma mobilização muito maior dos agentes públicos de outros estados, desde prefeituras a deputados estaduais e bancadas federais. É preciso, com urgência, que os representantes fluminenses se unam em prol deste projeto, que poderá transformar de forma radical a economia da região e do estado do Rio”, disse o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.

A primeira audiência pública aconteceu de forma híbrida nesta segunda-feira (7) com a participação de conselheiros e técnicos da Firjan. O Rio sediará sua primeira audiência pública presencial nesta sexta-feira (11). Em 2021, a Firjan lançou um Mapa Viário mostrando como a região poderá ser integrada nacionalmente. As reivindicações constam no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio, entregue pela federação às autoridades municipais, estaduais e federais.

O gerente de Infraestrutura da Firjan, Isaque Ouverney destacou que a disputa pela indenização da antiga ferrovia envolve todos os estados. “Existe um peso político importante neste processo, e vemos outros estados participando de forma mais robusta. A Firjan vem dialogando com as forças políticas fluminenses para tentar sensibilizá-las neste sentido. É uma discussão primordial para o sucesso da EF-118; uma janela de oportunidades que precisamos aproveitar”, reforçou.

Após a fase de audiências públicas, que acontecem até o fim deste mês, as contribuições debatidas serão analisadas pela ANTT, antes da publicação do resultado com as propostas que serão ou não consideradas. Após isso, o Tribunal de Contas da União irá avaliar e dar o parecer antes da assinatura. A previsão da ANTT é que todo este processo seja concluído no segundo semestre do ano que vem.

Espírito Santo sai na frente

Em julho deste ano, o Governo do Estado do Espírito Santo recebeu o projeto básico de engenharia da ferrovia Kennedy, o primeiro trecho da Estrada de Ferro 118, que vai conectar Anchieta a Presidente Kennedy, na divisa com o Rio de Janeiro. Doado pela Vale, o projeto detalha 92,8 km de extensão da ferrovia, que será interligada à malha ferroviária federal e, assim, ao Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país. Faltaria, então, o trecho fluminense de 160 km, expandindo a EF-118 até o Porto do Açu.

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