De norte a sul do Brasil, os eleitores escolherão entre mais
de 15 mil postulantes a prefeito e mais de 431 mil pretendentes para os 58.444
assentos em câmaras municipais em todo o país, em uma mega operação logística
realizada pela Justiça Eleitoral.
As urnas foram abertas às 8h (horário de Brasília) e serão
fechadas às 17h, quando será iniciada a apuração.
Em 103 cidades com mais de 200 mil eleitores um segundo
turno de votação para prefeito pode ocorrer no dia 27 de outubro, a não ser que
um dos candidatos conquiste mais da metade dos votos válidos já neste domingo.
O resultado do pleito municipal deve estabelecer as bases
para os partidos começarem a pensar na montagem de suas chapas e palanques para
as disputas para deputado federal em 2026. As bancadas que serão eleitas em
dois anos servirão de critério para a distribuição dos recursos partidários.
Caso se confirmem os números de pesquisas eleitorais
divulgadas às vésperas do pleito, a apuração deverá mostrar um fortalecimento
de partidos do chamado centro e de nomes da direita com retórica antissistema,
muitos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao mesmo tempo, o cômputo geral não deverá ser alvissareiro
para a esquerda, campo político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em
grande parte manteve-se afastado de eventos de rua e teve atuação discreta na
campanha em geral.
Fator bastante presente em eleições anteriores no país,
especialmente do pleito municipal de 2016 para cá, candidatos com discurso
antissistema voltaram a se fazer presentes e a mostrar força neste ano, em
alguns casos com chances significativas de sucesso eleitoral.
Em São Paulo, de longe a maior cidade do país em termos
populacionais e terceiro maior Orçamento público do Brasil atrás apenas da
União e do Estado de São Paulo, o ex-coach e influenciador digital Pablo Marçal
(PRTB) assumiu esse papel e embaralhou uma disputa que inicialmente parecia ser
um duelo indireto entre Lula, representado por Guilherme Boulos (PSOL), e
Bolsonaro, que deu seu apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Com uma retórica agressiva, marcada por apelidos
desrespeitosos colocados em adversários e por acusações sem provas contra
rivais, Marçal conquistou notoriedade -- apesar de estar em um partido nanico
sem tempo de TV -- e um lugar na disputa por uma vaga no segundo turno,
juntando-se a Boulos e Nunes.
Lançando mão de uma forma heterodoxa de fazer campanha,
Marçal fez com que episódios como a cadeirada que levou durante um debate do
candidato José Luiz Datena (PSDB), após afirmar que o rival não era homem para
agredi-lo, e do soco que um assessor seu desferiu no marqueteiro de Nunes após
outro debate, ganhassem as manchetes em todo país e se tornassem marca de uma
campanha que se revelou pobre na apresentação de propostas para a cidade.
O domingo deve ser marcado também pela reeleição já em
primeiro turno de prefeitos em importantes capitais -- casos do Rio de Janeiro,
com Eduardo Paes (PSD); Recife, com João Campos (PSB), e Salvador, com Bruno
Reis (União).
Em outras, no entanto, o atual ocupante da cadeira deve
ficar fora de uma rodada decisiva de votação, casos de Belém, de Edmilson
Rodrigues (PSOL), e Fortaleza, de José Sarto (PDT). Na capital cearense,
inclusive, o duelo de segundo turno deve ser entre um petista, Evandro Leitão,
e um bolsonarista, André Fernandes (PL). *Fonte: Terra.